Sou daquele tipo de pessoa que tem necessidades que algumas pessoas não compreendem, mas que todo ser humano tem.
Tem gente que não vive sem encontrar os amigos pra um choppinho nas sextas-feiras, pra uma pelada, pra uma balada.
Sinto urgências que são muito minhas e das quais não posso fugir. São compromissos comigo mesma que , se não cumpridos, tornam-se um empecilho no resto do viver.
É como se houvesse uma pedra no meio do caminho, e aí eu entendo Drummond. Tinha uma pedra no meio do caminho dele e dali ele não saía de jeito nenhum por causa da dita pedra.
No poema, ele sai dali e a pedra continua. Ele nunca mais esqueceu a pedra, mas a pedra ficou e ele seguiu adiante.
Clique aqui e veja a poesia no site Memória Viva de Drummond
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Mas no meu caso, ou saio eu ou sai a pedra.
Pra tirar a pedra do caminho, vale tudo: pintar, desenhar, escrever, ler, ouvir música, coisas que me inspiram e me tiram da rotina saturante.
E essas necessidades são tão urgentes que se eu as adio por muito tempo, depois desse muito tempo passado, elas me arrebatam de uma maneira que nada pode me deter e ninguém pode me parar - preciso fazer aquilo.
Nesse vídeo aí embaixo, Elizabeth Gilbert, autora do best seller Comer Rezar Amar fala sobre criatividade e cita uma autora que lhe inspira. Esta autora conta uma história:
Ela trabalhava no campo com a mãe e quando sentia que uma poesia vinha chegando, precisava correr e achar um pedaço de papel e lápis, para que a poesia não lhe escapasse. Literalmente a pegava pelo rabo (!!!), e às vezes acontecia de puxá-la pela memória de tal maneira que vinha de trás pra frente.
Exatamente como me sinto...
Por sorte, as ideias vêm e vão com frequência, me dando a oportunidade de agarrá-las novamente. E quando as alcanço e as concretizo, é como se a pedra se movesse, enfim.
Aos que convivem comigo de uma forma ou de outra, peço desculpas de antemão pelos meus rompantes, surtos criativos, urgências de solidão criativa...
Meu namorado mesmo vive sofrendo com isso, sofreu por conta desse mesmo post, pois é ele quem revisa o que escrevo.E esse post resolveu aparecer na cabeça ali pelas 3 da manhã.Obrigada pelo apoio, meu amor! (L)
Vejam o vídeo. Vale a pena! Além de boa autora, a moça tem boas dicas.E ela tem timing pra comédia, olha que legal!
Mas um aviso: preparem o ouvido com tradutor, porque é em Inglês!
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