segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quando o ninho esvazia, a passarinha pia

Assim que encontramos o apê, fui pra casa toda feliz contar que íamos iniciar os trâmites de locação.

Minha mãe, que até então estava se esforçando pra ser politicamente correta, escondeu o rosto na hora de verter algumas lágrimas.

Isso foi o princípio de inúmeras reações de ciúmes irracionais e desmedidas, que eu não ouso nem especificar, que é pra não expor a pobrezinha.

Pra piorar tudo, ela não poderia estar em posição mais vulnerável. Além de ter que me dividir com meu namorado e com a família dele, que agora queria conviver mais com a mulher que o tiraria de casa, estava se recuperando de uma cirurgia e se aposentando!

Acho que tínhamos motivos pra comemorar, celebrar a vida, as vitórias e as conquistas, mas discutíamos o tempo todo por conta de chantagens emocionais.

Como eu sou uma xuxu sem remédio, embarco nas solicitações alheias com a maior facilidade, mas um dos propósitos de sair de casa era viver a minha vida, seguir meu caminho e tomar minhas próprias decisões, sem interferência tão incisiva das vontades da minha família.

O objetivo era também quebrar alguns ciclos comportamentais que se tornaram cíclicos e viciados.

Enfim, prefiro compreender tudo e relevar, afinal, se eu fosse mãe, não sei como eu reagiria ao ver a minha filha, minha amiga e companheira sair de casa. Por mais feliz que ela estivesse em algum momento eu seria egoísta, pensaria em mim, na minha saudade. E isso poderia acabar se refletindo em algum comportamento passional que demonstraria o meu medo de perda.

E isso é um reflexo da Síndrome do Ninho Vazio, que acometeu a minha mãe e um dia pode acometer a sua também.

 

[...]

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Parte II - Aluguel, a odisseia

Quando reclamei da burocracia com a terapeuta, ela me acolheu gentilmente:

 

-         Você não queria participar do mundo de gente grande? Seja bem-vinda! É sempre assim.

 

Claro que eu sabia que seria difícil e que tomaria muito não na cara no decorrer da vida. Mas as minhas esperanças tão grandes de que fosse dar tudo certo, meu otimismo excessivo sofriam um bocado com os obstáculos colocados no caminho.

Foi difícil achar apartamento e quando achamos, o número de exigências era tão grande que quase me desesperava. Nouveau sempre esteve lá, segurando a minha mão enquanto engolia a própria ansiedade goela abaixo.

Fiz várias visitas a cartórios e imobiliárias, conheci pessoas legais e algumas desagradáveis. Perdi muitas horas andando pelas ruas correndo atrás de documentos ou andando de mãos dadas com meu namorado, ambos desolados momentaneamente com um aluguel muito caro ou um apê que parecia dos sonhos no jornal e ao vivo não passava de um quarto com uma pia embutida.

 

                                                                ***

 

Quando achamos nosso cantinho e garantimos que nossa proposta fosse a primeira e única, enfrentamos mais problemas burocráticos e, no fim das contas, precisaríamos da ajuda de nossos pais.

Andando pelas ruas de Botafogo, depois de ver um outro apê no qual não colocamos muita fé, nos sentíamos um tanto quanto derrotados.

Que independência de merda era essa que a gente ainda precisava de mais um empurrão de nossos pais pra podermos dar o primeiro passo?

A verdade é que pais nunca deixam de ser pais, e no início da vida, quando a gente é jovem e não tem grana, por mais que a gente já se banque, arrume seu quarto e limpe a bunda sozinho, os pais são necessários.

E eles gostam de saber disso. Já ouviu falar da Síndrome do Ninho Vazio? Falo mais disso depois, mas basicamente é isso: os pais criam os filhos pra que, um dia, eles possam voar sozinhos. Mas a verdade é que a gente sempre acaba voltando pro ninho de uma forma ou de outra.

A dificuldade em ver os filhos alçando voo e abrindo mão da ajuda parental é que se trata da Síndrome do Ninho Vazio.

E a minha mãe pode explicar isso bem demais.

 

[...]

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Parte I - Aluguel, a odisseia

Foram duas semanas de pura burocracia, isso sem contar o tempo que passamos procurando apartamento.

Mas apareceu um tão perfeito, que era até suspeito.

No fim das contas, parece que ele ficou só esperando até que pudéssemos chamá-lo de nosso.

Morar junto com seu namorado pode ser uma decisão difícil de ser tomada e deve ser muito bem pensada.

Às vezes, uma convivência harmoniosa de fim de semana pode ser um desastre no cotidiano. E se ela não funciona nem no fim de semana, porque você está namorando esse cara?

Pra mim, o maior medo eram as nossas diferenças quanto à intimidade. Ele adora ficar juntinho o tempo todo e eu prezo muito pelo meu espaço.

Gosto da minha individualidade e sempre a cultivei com muito amor e dedicação. Sendo assim, como eu poderia dividir a minha vida com alguém sem surtar?

Acontece que quando você ama alguém de verdade, você entra em um conflito. Por mais que você ame o tempo passado com você mesma, a cada dia que passa, você quer mais e mais do ser amado. É quase inevitável acordar e dormir com saudade.

Venci meus medos e minhas inseguranças e cantei vitória ao desejo por mudanças, que era intenso, e à necessidade de ser feliz que todo ser humano tem.

Por conta disso é que a gente está onde está hoje: no nosso apartamento.

 

(continua e bastante!)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Para os gaúchos

Hoje recebi um e-mail que falava do orgulho de ser gaúcho.
Além de todas as características deste povo aguerrido, que podem muito bem ser aplicadas a muitos outros deste país, temos um vocabulário que somente nós mesmos entendemos.
Só nós sabemos o que é chegar no mercado e pedir 10 cacetinhos e um quilo de guisado.
Que cusco é o apelido do cachorro, e que mulher bonita rebola mais que bolacha em boca de véio! (adoro essa)
Inspirado nesses dizeres gauchescos e nas minhas palavras preferidas do vocabulário sulista, meu querido @narajr, do Twitter, fabricou um texto delicioso no seu blog.
 
 
Um quebra-costelas aos gaudérios, tarecos e prendas! =)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

#agendacultural

Oi, xuxus!
 
Quanto tempo, estou morrendo de saudades de escrever aqui e trocar ideia.
 
Tenho tanta, mas tanta coisa pra contar que não vai dar pra ser agora e nem em um post só.
 
Mas olhem só, achei uma dica interessante pra esse fim de semana.
 
Pra quem quer sair e alimentar a cabeça sem gastar muito ou nenhum dinheiro, tem exposições legais pela cidade, inclusive essa que eu ponho o release aí embaixo.
 
Divirtam-se! ; )
 

Horário:

de terça a sexta, das 10 às 18h - sábados, domingos e feriados, das 14 às 16h

Endereço:

Caixa Cultural – Grande Galeria

Av. Almirante Barroso, 25 - Centro
Telefone: (21) 2544-7666

Preço: de grátis!

Exposição "O Riso é Livro"

de 13 de abril a 30 de maio

A exposição "O Riso é Livro", um projeto que surgiu de forma inovadora e interativa durante  a Feira do Livro de Porto Alegre, em 2008. Em apenas 15  dias, um livro fora do comum foi editado ao vivo e diante do público no stand da Caixa no evento.

Para a mostra que estará na Grande Galeria, a produção transforma o espaço em uma praça de três prazeres com a exaltação da escrita, leitura e desenho, proporcionando ao público um encontro do casamento perfeito entre a literatura e o humor.

Na exposição serão apresentados trabalhos de 30 artistas gráficos – entre cartunistas, chargistas, ilustradores e quadrinistas – que têm grande intimidade com o livro  e com forte presença na mídia impressa e eletrônica, além de colaboradores do mercado publicitário.

Classificação: Livre

 

Postagens populares